terça-feira, 4 de junho de 2013

O Andarilho do Pó - Um conto do Mythos do mestre Clark Ashton Smith

O Andarilho do Pó

por Clark Ashton Smith
Traduzido por Arthur Ferreira Jr. do Blog Dominio Publicano, gentilmente cedido.

"…Os antigos magos o conheciam, e o nomearam Quachil Uttaus. Poucas vezes é ele revelado: pois habita além do mais exterior dos círculos, no limbo soturno do tempo e espaço não-esféricos. Temível é a palavra que o convoca, palavra jamais pronunciada exceto em pensamentos: Pois Quachil Uttaus é a corrupção definitiva; e o momento de sua chegada é como a passagem de muitas eras; e nem a carne, nem a pedra, podem suportar suas andanças, pois todas as coisas ruem sob seus pés, átomo por átomo. E por esta razão, alguns o têm chamado O Andarilho do Pó".

-- Testamento de Carnamagos


     

Foi após intermináveis debates e argumentações consigo mesmo, após muitas tentativas de exorcizar a legião incorpórea e turva de seus medos, que John Sebastian retornou à causa que havia deixado tão apressadamente. Havia estado ausente por três dias; mas mesmo isto fora uma interrupção sem precedentes na vida reclusa e erudita a qual havia entregado-se totalmente após herdar a velha Mansão, junto com uma generosa quantia. Em momento algum havia definido por completo as razões de sua fuga: todavia a fuga parecera obrigatória. Havia uma certa urgência medonha que o impelira; mas agora, que havia se resolvido a retornar, a urgência havia estabelecido-se na forma de nervos exaustos pela dedicação excessivamente íntima e prolongada a seus livros. Ele havia imaginado certas coisas: mas essas coisas imaginadas eram patentemente absurdas e sem base alguma.

Mesmo se o fenômeno que o havia perturbado não fosse de todo imaginário, deveria haver alguma solução natural que não havia pensado com sua mente sobrecarregada. O amarelar súbito de um caderno recém-comprado, o desfazer das bordas das folhas, eram sem dúvida devido a imperfeições latentes do papel; e o estranho desvanecer de seus registros que, quase do dia para a noite, haviam tornado-se tênues, como se fossem escrita antiga – era claramente resultado de substâncias químicas baratas e falhas na tinta. O aspecto de antiguidade bruta, quebradiça e roída por vermes, que havia manifestado-se em certos elementos da mobília, certas porções da mansão, não mais era que a súbita revelação de uma desintegração oculta, que havia ocorrido sem que ele notasse, enquanto estava absorto pela dedicação meticulosa às pesquisas soturnas. E foi a mesma dedicação, com seus anos contínuos de esforço e confinamento, que trouxe seu envelhecimento prematuro; de modo que, ao contemplar-se no espelho, na manhã de sua fuga, ficara chocado e apavorado como se diante da aparição de uma múmia encarquilhada. Quanto ao criado, Timmers – bem, Timmers já era velho, e todos lembravam-se dele assim. Fora apenas o exagero dos nervos doentes que recentemente pensou ver em Timmers uma decrepitude tão extrema que o faria cair, sem o estado intermediário da morte, direto na podridão do túmulo.

De fato, podia explicar tudo que o havia perturbado, sem fazer referência aos conhecimentos selvagens e remotos, às demonologias e sistemas esquecidos que havia sondado. Aquelas passagens no Testamento de Carnagos, sobre as quais havia ponderado com esquisito desânimo, eram relevantes apenas aos horrores evocados por feiticeiros loucos de eras passadas.

Sebastian, firme em tais convicções, voltou à sua casa ao pôr do sol. Não tremia ou desfalecia quando cruzou o terreno que recebia a sombra dos pinheiros, e correu célere pelos degraus da fachada. Imaginou, embora sem certeza, se haviam de fato sinais de dilapidação nesses degraus; e a própria casa, conforme aproximava-se, parecia ter ficado um tanto derrubada, como se houvesse ocorrido erosão nos alicerces; mas isto, disse a si mesmo, era apenas ilusão trazida pelo crepúsculo que se iniciava.

Nenhuma lâmpada acesa, mas Sebastian não surpreendera-se com isto, pois sabia que Timmers, se deixado sozinho, costumava caminhar nas trevas como uma coruja senil, muito após o momento apropriado do acender das luzes. Sebastian, por outro lado, sempre havia tido aversão à escuridão ou mesmo às sombras; e recentemente a aversão havia aumentado bastante. Resoluto, acendeu todos os bulbos da casa tão logo a luz do dia começou a faltar. E agora resmungando sua irritação com a incompetência de Timmers, empurrou a porta e buscou apressado a fechadura do corredor.

Talvez devido a uma agitação nervosa que não percebera em si mesmo, perdeu um bom tempo sem achar o interruptor. O corredor era estranhamente sombrio e um reluzir do pôr-do-sol cinzento emanava entre os altos pinheiros para dentro do vão da porta por trás dele, mas sem conseguir penetrar além da soleira. Não conseguia enxergar coisa alguma; era como se a noite das eras mortas houvesse feito do corredor seu covil; e as narinas de Sebastian, ali onde ele havia parado, foram assaltadas por uma pungência seca, como se vinda de pó ancestral, odor como de cadáveres e caixões há muito indistintos na decadência pulverulenta.



Finalmente achara o interruptor; mas a iluminação que reagia era de algum modo tênue e insuficiente, e ele parecia detectar um pisca-pisca de sombras, como se o circuito estivesse falhando. Contudo ficou reconfortado em perceber que a casa, aparentemente, estava como ele a havia deixado. Talvez inconscientemente temesse encontrar os painéis de carvalho esfarelando-se numa podridão fragmentária, o tapete transformado em frangalhos comidos pelas traças; havia pensado ouvir o quebrar de tacos poderes sob seu andar.

E agora, imaginava, onde estava Timmers? O envelhecido faz-tudo, apesar de sua crescente senilidade, sempre havia sido rápido em atender; e muito embora não houvesse ouvido seu mestre entrar, o ligar das luzes teria sinalizado o retorno de Sebastian. Porém, muito embora Sebastian atentasse com dolorosa insistência, não ouvia o ranger dos familiares passos debilitados. O silêncio envolvia a tudo, como uma mortalha fúnebre e imperturbada.


Sem dúvida, pensou Sebastian, haveria alguma explicação mundana para tal. Timmers havia ido à aldeia próxima, talvez para reabastecer a despensa, ou na esperança de receber comunicação de seu mestre; e Sebastian havia dele se desencontrado, ao retornar da estação. Ou talvez o velho houvesse adoecido e agora jazesse vulnerável em seu quarto. Pressuroso com este último pensamento, foi direto ao dormitório de Timmers, que ficava no andar térreo, nos fundos da mansão. Estava vazio, e a cama estava primorosamente feita e obviamente não fora ocupada na noite anterior. Com um suspiro de alívio que pareceu retirar um horrendo íncubo de seu peito, decidiu Sebastian que a primeira conjectura estava correta.

Mas agora, ao esperar o retorno de Timmers, havia sentido nos nervos outro ato de inspiração, e marchou até o estúdio. Não admitia a si mesmo, com precisão, o que temia ver; mas à primeira vista, o aposento não havia mudado em nada, e todas as coisas estavam como no momento de sua partida apressada. A pilha alta e confusa de manuscritos, volumes e cadernos em sua mesa de escrever estava intocada por ninguém exceto sua própria mão; e as prateleiras da estante de livros, com seus acervos bizarros e aterrorizantes de autoridades em diabolismo, necromancia, goétia e em todas as ciências ridicularizadas ou proibidas, estavam imperturbadas e intactas. Sobre o velho atril, ou porta-livro, usado para os tomos mais pesados, estava o Testamento de Carnamagos, com sua capa marroquim e sua tranca de ossos humanos, estava aberto na mesma página que o havia assustado tão irracionalmente, com suas intimações sobrenaturais.

E então, ao passar para o espaço entre o atril e a mesa, percebeu pela primeira vez o inexplicável empoeiramento sobre tudo. O pó acumulava-se em toda parte; um pó fino e cinzento, como polvilho de átomos mortos. Havia coberto os manuscritos com um filme profundo, assentado-se espesso sobre as cadeiras, abajures e volumes; e os ricos vermelhos e amarelos como papoula das tapeçarias orientais eram desfeitos pelo acúmulo do pó. Era como se muitos anos desolados houvessem passado na câmara desde sua partida, e houvessem espanado de seus invólucros amortalhados a poeira de todas as coisas em ruínas. O mistério daquilo fez tremer Sebastian; pois ele sabia que o aposento havia sido varrido com rigor apenas três dias antes; e Timmers havia de espanar a cada manhã, cuidadosa e meticulosamente, durante sua ausência.

E agora o pó ascendia numa nuvem leve e rodopiante ao seu redor, preenchendo as narinas de Sebastian com o mesmo odor seco, como se oriundo de uma dissolução fantasticamente antiga, que o havia encontrado no corredor. Ao mesmo tempo percebeu o vento tempestuoso e frio que de alguma forma penetrava o aposento. Ele imaginara que uma das janelas havia sido deixada aberta, mas um olhar assegurou-o de que elas haviam sido fechadas por cortinas avassaladoras; e a porta havia se fechado por trás dele. O vento era leve como o suspirar de um fantasma, mas onde quer que passasse, levantava o fino pó sem peso, enchendo o ar e mais uma vez caindo numa lentidão imensa. Sebastian sentiu um estranho alarme, como se houvesse soprado nele um vento das dimensões desconhecidas, ou por uma oculta fenda de ruínas; e simultaneamente foi tomado por um paroxismo de tosse prolongada e violenta.

Ele não conseguira localizar a fonte do vento. Mas enquanto movia-se descuidado e impaciente, seu olhar foi atraído por uma pilha baixa e longa de pó cinzento, que até então havia sido oculto de sua visão pela mesa. Estava logo abaixo da cadeira que usava para escrever. Próximo à pilha de poeira estava o espanador usado por Timmers em sua rodada diária de limpeza.

Pareceu a Sebastian que o rigor de uma grande e letal frialdade havia invadido todo seu ser. Ele não conseguiu mexer-se por vários minutos, contemplando o inexplicável monturo. No centro deste via uma vaga depressão, que poderia ser a marca de uma pegada bastante diminuta, meio apagada pelos sopros de vento que evidentemente haviam levado muito do pó e espalhado-o pela câmara.

Finalmente o poder do movimento voltara a Sebastian. Sem reconhecer conscientemente o impulso que o impeliu a tal, abaixou-se para pegar o espanador. Mas quando seus dedos o tocaram, o cabo e as penas dissolveram-se em fina poeira que, assentada numa pequena pilha, preservava de maneira vaga os contornos do objeto original.

Uma fraqueza assolou Sebastian, como se o fardo da idade e mortalidade absolutas esmagasse seus ombros entre um instante e outro. Houve um rodopiar de sombras vertiginosas diante de seus olhos, sobre a luz da lâmpada, e ele pensou que desfaleceria, se não sentasse de imediato. Colocou a mão na cadeira ao seu lado – e a cadeira, com o toque, desfez-se instantaneamente em nuvens leves de pó, que assentavam-se atraídas pelo chão.


Depois disso – quanto tempo depois, não conseguiria precisar – encontrou-se sentado na cadeira alta, diante do trecho onde o Testamento de Carnamagos se abria. Surpreendeu-se de modo vago pela cadeira não ter-se desfeito sob seu peso. Assaltava-o novamente a urgência da fuga rápida e repentina daquela casa amaldiçoada; mas parecia que ele havia ficado velho demais, encarquilhado e débil demais; e que nada mais importava muito – nem mesmo aquele destino final apavorante que entrevia.

Agora, sentado num estado mesclando o terror e o estupor, seus olhos foram atraídos pelo volume magista diante de si: os escritos do sábio e vidente maligno Carnamagos, que foram recobrados mil anos passados, em alguma tumba greco-bactriana, e transcritos por um monge apóstata no grego original, usando o sangue de um monstro procriado por íncubos. Naquele volume estavam as crônicas dos grandes feiticeiros da antiguidade, e as histórias de demônios terrenos e ultracósmicos, e os encantamentos verdadeiros através dos quais os demônios poderiam ser controlados e dispensados. Sebastian, estudante profundo de tais conhecimentos, há muito acreditara que o livro era apenas uma lenda medieval; e ficara tanto espantado quanto gratificado quando encontrara a esta cópia nas prateleiras de um comerciante de velhos manuscritos e incunábulos. Dizia-se que apenas duas cópias haviam existido, e que a outra havia sido destruída pela Inquisição Espanhola, no começo do século XIII.

A luz piscava como se asas ominosas houvessem batido perto dela; e os olhos de Sebastian ficaram baços de um corrimento cada vez mais profuso, conforme lia mais uma vez aquela passagem fatal e sinistra que havia conseguido provocar-lhe medos tão soturnos:

Embora Quachil Uttaus atenda – mas atenda raramente, foi bem documentado que seu advento nem sempre ocorre em resposta à runa pronunciada e ao pantáculo desenhado... Poucos magos, de fato muito poucos convocariam um espírito assim tão agourento... Mas que fique perfeitamente claro que aquele que lê sozinho, no silêncio de sua câmara, a fórmula dada mas abaixo, correrá graves riscos se em seu coração abrigar aberta ou disfarçadamente o mínimo desejo de morte e aniquilação. Pois pode acontecer que Quachil Uttaus a ele atenda, trazendo aquele destino final que, com o mais leve toque, transforma o corpo no pó eterno, e torna a alma num vapor para toda a eternidade dissolvido. E o advento de Quachil Uttaus é pressagiado por certos indícios; pois na pessoa do evocador, e possivelmente nas pessoas mais próximas a ele, aparecerão os sinais da súbita idade avançada; e sua casa, e os pertences que houver tocado, assumirão as marcas de decadência e antiguidade apressadas...'

Sebastian não percebera que resmungava as sentenças em voz baixa, quando as lia; que também resmungara o terrível encantamento que seguia ao alerta... Seus pensamentos rastejaram como se envoltos por algo frio e congelante. Numa certeza embotada e mórbida, soube que Timmers não havia ido à aldeia. Devia ter avisado a Timmers antes de partir; deveria ter escondido e trancado o Testamento de Carnamagos... pois Timmers, a seu modo, era também um erudito, e a ele não faltava curiosidade sobre os estudos ocultistas de seu mestre. Timmers estava bastante apto a ler o grego de Carnamagos... e até mesmo aquela fórmula atroz e devastadora das almas, a qual Quachil Uttaus, demônio da corrupção definitiva, responderia do vácuo exterior... Sebastian adivinhou daí, com precisão, a origem do pó cinzento, a razão daqueles esfarelamentos misteriosos...

Sentiu mais uma vez o impulso de fuga; porém seu corpo era um íncubo seco e morto, que recusava a obedecer à própria vontade. De qualquer forma, refletiu consigo, já era tarde demais, pois os sinais do fim haviam reunido-se ao seu redor e sobre ele... Porém, certamente jamais houvera nele o mínimo anseio por morte e destruição. Ele apenas desejara sondar os mistérios sombrios que cercavam o estado mortal. E sempre havia sido cauteloso, jamais mexera com círculos mágicos e evocações de presenças perigosas. Sabia da existência de espíritos do mal, espíritos da cólera, perdição e aniquilação; mas jamais, pela própria vontade, invocaria qualquer um de suas prisões e abismos noturnos...


Sua letargia e fraqueza pareceu aumentar; foi como se lustros inteiros, décadas completas de senescência sobre ele caíssem, no espaço de um fôlego. Sua linha de pensamentos se interrompia a intervalos, e ele a recobrava com dificuldade. Suas memórias, e até mesmo seus medos, pareciam cambalear nos limites de um oblívio final. Com os ouvidos quase surdos, ouviu um som de madeira caindo e quebrando, em algum lugar da casa; com os olhos exibindo uma catarata como a dos anciões, viu as luzes tremerem e apagarem sob o ataque de uma escuridão negra como um morcego.

Era como se a noite de uma catacumba em ruínas se fechasse sobre ele. Sentia aos poucos o respirar tênue e gélido do vento que o havia perturbado antes, com seu mistério; e mais uma vez o pó ascendeu até suas narinas. Percebeu então que o aposento não estava totalmente escuro, pois conseguia discernir os vagos contornos do atril diante de si. Certamente nenhum raio de luz passava pelas venezianas; porém ainda assim havia luz. Seus olhos, abrindo-se com um esforço titânico, viram pela primeira vez que uma fenda irregular e grosseira havia surgido na parede externa do aposento, no alto do canto norte. Através da fenda uma estrela solitária reluzia na câmara, fria e remota como o olho de um demônio espreitando através de golfos intercósmicos.

Daquela estrela – ou dos espaços além dela – um raio de lívida radiância, pálido e mortal, lançou-se como um dardo contra Sebastian. Da largura de uma tábua, inabalável, imovível, parecia transfixar seu próprio corpo e formar uma ponte entre si e os mundos da escuridão inimaginável.

Estava como se petrificado pelo olhar da górgona. E então, através da brecha das ruínas, veio algo planando suave e rapidamente para dentro do aposento, em sua direção, seguindo o raio de luz. A parede pareceu esfarelar-se e a fenda alargar-se, quando a coisa entrou.


Era uma figura não maior que uma pequena criança, mas seca, murcha e encarquilhada como uma múmia milenar. Sua cabeça calva, seu rosto sem feições definidas, saídos de um pescoço de magreza esquelética, eram decorados por milhares de rugas reticuladas. O corpo era como o de um aborto monstruoso e emaciado que jamais houvesse conhecido a respiração. Os braços como varetas, terminando em garras ossudas, estendiam-se para frente como se anquilosados nesse gesto de eterno e temível tatear. As pernas, de pés como os de uma Morte pigmeia, eram fundidas como se houvessem sido comprimidas por bandagens mortuárias; não havia nelas qualquer movimento, ou caminhar, ou marcha. Ereto e rígido, o horror flutuava célere, descendo pelo raio acinzentado, pálido e mortal, na direção de Sebastian.

E agora estava próximo dele, a cabeça da coisa próxima a sua fronte e seus pés opostos a seu tórax. Por um momento fugaz, percebeu que o horror havia nele tocado, com suas mãos esticadas, com seus pés obscenamente flutuantes. Parecia fundir-se a ele, tornar-se uno com seu ser. Sentia que suas veias se enchiam de pó, que seu cérebro esfarelava-se, célula por célula. E então ele não era mais John Sebastian, mas um universo de estrelas e mundos mortos, que decaíam remoendo a escuridão, diante do tremendo soprar de algum vento ultraestelar...

A coisa que os magos imemoriais haviam chamado de Quachil Uttaus havia desaparecido; e a noite e as estrelas haviam retornado àquela câmara arruinada. Mas em parte alguma encontrava-se sequer a sombra de John Sebastian; apenas um leve monturo de pó, no chão diante do atril, exibindo uma vaga depressão, como a pegada de um diminuto pé... ou dois pés muito encostados.

4 comentários:

  1. Esse conto é excelente ! Espero que um dia lancem no Brasil uma compilação dos contos do Clark Ashton Smith que envolvem os Mythos ... não custa nada sonhar....

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  2. Conto fantástico! Não deixo de me assombrar com a infinitude de criaturas e entidades que podem povoar o mundo de imaginado por Lovecraft

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