quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Ruídos de Loucura - O "Concerto sem Nome" de Erich Zann


Artigo originalmente publicado em 12 de outubro de 2009

Escrito pelo obscuro violinista alemão Erich Zann, esse concerto foi posteriormente copiado pelo concertista Henri Polifax em 1933. Polifax encontrou as partituras originais escritas por Zann em uma feira de antiguidades na Rue de Rivoli em Paris. Cópias circularam por vários lugares do mundo e supostamente foram localizadas em Salzburg, Milão e Nova York, sendo que a única confirmada se encontra na Academia de Música do Brooklyn.

Polifax acreditava que o "Concerto sem Nome" (Concert sans nom) era uma das mais extraordinárias peças para violino jamais escritas. A peça em si, uma longa e complicada execução, só pode ser reproduzida por um músico de considerável habilidade uma vez que é composta de inúmeras variações. 

Uma vez executada corretamente, a música conjura entidades de esferas distantes, em especial o Deus Exterior Tru'Nembra, uma criatura composta de ondas sonoras vivas. A música faz com que essas entidades sejam invocadas e confere ao músico a percepção da presença delas, experiência aterrorizante para a maioria das pessoas, exuberante para outras.

Um dos efeitos da presença de Tru'Nembra, é que o músico aprimora suas habilidades, tornando-se cada vez mais focado na execução do instrumento musical. O "concerto sem nome" também pode abrir portais e transportar o músico e as pessoas que estejam ouvindo para a presença de Tru'Nembra na corte de Azathoth no Centro do Universo. Em geral, os indivíduos que realizam essa façanha desaparecem e nunca mais são vistos novamente. Especula-se que isto teria acontecido com Erich Zann.


Em termos do RPG Chamado de Cthulhu, o "Concerto sem Nome" só pode ser executado por um personagem com a habilidade Arte: Violino 65% (Art: Violin). Três testes devem ser executados sucessivamente, cada qual correspondendo a uma parte do concerto. São necessários 7 minutos para cada um dos dois primeiros atos e mais 14 minutos para fechar o terceiro ato. 

No final do primeiro ato, o músico se torna consciente da presença de Tru'Nembra. A Entidade "assiste" ao segundo ato e no terceiro interage com o músico através de sons e acordes dissonantes como se estivesse se comunicando com o violinista através da música. Este dueto, acrescenta 5% à habilidade do músico cada vez que é realizado até o máximo de 99%. Como resultado ele concede também 2% ao Mitos de Cthulhu, uma vez que sua mente é inundada de visões alucinantes. Infelizmente cada vez que Tru'Nembra é invocado, o músico sente a sua mente sendo invadida por uma entidade inumana, o que ocasiona a perda de 1d10 pontos de Sanidade. Outros efeitos podem se manifestar, caso o músico falhe na execução do terceiro ato, Tru'Nembra pode demonstrar seu descontentamento (Teste de Sorte) emitindo uma descarga sonora avassaladora que destrói vidros e cristais em uma área de 50 metros e afeta a audição do violinista (-5% na Habilidade Ouvir). 

Caso o músico consiga um Rolamento Crítico no terceiro ato (equivalente a 1/5 do Valor de sua Habilidade) do "Concerto sem Nome", Tru'Nembra o transportará para o Centro do Universo junto com todos aqueles que estiverem ouvindo a música. Ser teleportado para esse lugar nos confins do Tempo-Espaço, ocasiona a perda de 1d100 pontos de Sanidade. Se o violinista não for interrompido até concluir o Concerto, o portal se fechará e com isso, o músico e todos os que estiverem com ele, ficarão presos para sempre. Não se sabe de ninguém que tenha retornado dessa experiência.

A seguir uma versão para o Concerto sem Nome de Erich Zann, por Alexey Voytenko:



4 comentários:

  1. Caramba que sinistro....
    Muito bom. Seus posts são ótimos. Tem me ajudado bastante, brigadão.

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  2. Caramba, muito legal. A partitura consegue expressar realmente o caos que deve ser a música de Erich.
    Atualmente é o melhor conto que li de Lovecraft. Ele é muito envolvente. Eu tinha uma noção do que poderia ser visto da janela do quarto do violinista, e fiquei mais impressionado por realmente ser um pouquinho parecido com o que eu imaginava.
    Essa explicação que o Luciano deu foi perfeita. O que eu tinha em mente era: De alguma forma era possível ver Azathoth através da janela, e que Erich Zann era obrigado a tocar para ele.
    Enfim, pra mim esse conto é perfeito em todos aspectos, e o post, daqui do Mundo Tentacular, também.
    Obs.: King in Yellow dê uma checada no seu e-mail por favor. Obrigado!

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  3. eu já li o conto algumas vezes...
    mas essa é a primeira vez que fico tão emocionado e arrepiado com alguma coisa...que musica! QUE musica!

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  4. Cara. Só posso pensar em reler o conto com esse fundo musical :)

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